06 junho 2008

Livre em azul sangue


A espada tombada, suja de sangue
nunca mais eu vou trazer-te o sorriso ao olhar...
as flores que trazias no colo, o amor que davas de coração aberto
a inocência do olhar para sempre perdido, sim, eu sei, fui eu que o roubei.

Como podes ter partido assim, porque não lutaste?
Até a morte aceitas, submissa, de sorriso tímido...
E agora eu estou só, carregando o teu invólucro, vazio,
concha frágil, sem alma, para um dos céus que ainda brilham.

Porque ainda te vejo? E porque estás feliz?
Feliz e eu, tão vazio de ti, do teu calor, do teu ser.
Olha a minha volta…nada mais que o meu amor vive
já nem eu vivo sem ti…sobrevivo… deixo o coração bater...

Só me resta esta espada com a tua essência,
o teu sangue vermelho rubi manchando o aço.
Entra em mim e leva-me contigo,
Em breve, nem o sol brilhará, nem a lua sorrirá
o mundo está desfeito em lágrimas por ti.

Tu que sempre foste tão pacificadora,
não sejas a causa da destruição do meu mundo!
És amor e não ódio, és paz e não tormento,
És vida e não a minha ruína,
volta ou leva-me contigo antes deste sangue secar,
lamos os dois mergulhar no lago da esperança,
lavar as feridas passadas, sair e secar as asas
na brisa do amor imortal…

Foto : http://www.olhares.com/kp4050

4 comentários:

Esmeralda disse...

Um dia disseram-me que o silêncio e a ausência podem ser uma forma de luta…
Mas todos merecemos que lutem por nós, por aquilo que significamos, nem que seja uma única vez na vida.

Os teus textos são lindos, poderia ter sido eu a escreve-los…

Continua.

Livre-Mente disse...

;)Gostei...temos poeta;)

... disse...

Só me resta esta espada com a tua essência,
o teu sangue vermelho rubi manchando o aço.
Entra em mim e leva-me contigo,
Em breve, nem o sol brilhará, nem a lua sorrirá
o mundo está desfeito em lágrimas por ti.

Anónimo disse...

Esta intensidade atinge quem lê como um bofetada. excepcional.