23 maio 2008

Desespero baço


Sinto que entro em suicídio,
seduzindo a morte como uma amante,
fora de mim, observo-me, perco-me
de tudo o que vi e sei, num relâmpago,
iluminando a alma em câmara lenta,
que vivi, sem motivo para morrer....

Levei a sede de consumir para longe...
as verdades, que apenas eram mentiras,
menti ao dizer a verdade, sem o saber,
apenas para que o sol fosse teu...

O que está feito, foi feito por ti,
nada se estraga, nada se destroi.
É a obra que se envenena, que definha,
sem sustento, sem amor, sem ti...
Matei tudo, será? Ou tudo morreu aos meus olhos?
Será que a matei? Fui eu que a matei? E porque olhas para mim?

As correntes não me libertam,
agarram a liberdade ao solo,
como um animal abatido.

Apenas um fio de luz, um toque de luar,
Somente isso te peço, o caminho de volta,
Ao teu abraço, ao teu espaço...

Nada parte e nada regressa,
Quando volto está tudo igual,
nem sempre posso dar o que quero
liberta-me para te poder amar.

Quero amar-te e rebentar com as leis da física,
Estrangular a gravidade, parar o tempo
E tu, que tanto tentas dizer,
nunca me chega, fica o vazio,
e apenas quero desmoronar este mundo,
feio e frio, somente para te amar

Posso te dar tudo que tenho,
Mas nunca será o suficiente para mim
O medo e raiva é apenas metade
Eu quero o todo…tudo em ti

Perdi a cabeça outra vez, na cobardia,
quando disse que sim, e nas mãos,
o sangue ainda quente do meu amor,
Está morto? Moribundo? Fugiu?
Será que ainda volta?


Foto :
http://www.olhares.com/Gracinha

21 maio 2008

Dupla escrita


Sou um vento sedento desesperado no deserto
Ou apenas a brisa que te desmancha o cabelo?
Destilado nas emoções tal como álcool,
Essência pura, perfume de vida que deixa de sofrer
e sobe no sangue… pela mente e pelo corpo

Sou meu e de mim mesmo, apenas,
ou serei teu e não o sabes?
Mato o meu amor hoje, vais chorar por mim?
Não o faças, quero as tuas lágrimas como pérolas nas rosas,
petrificadas eternamente no túmulo onde eu também não vou chorar.

Mato tudo que sabes e serás como eu sou,
Ou será que viverei tudo o que tens e serei como tu?

Perdi a minha mente outra vez esta noite,
num corpo desconhecido, orgasmo com sabor a assassínio,
sofres por mim? Não o faças, segura apenas a minha mão.
Um tumor de remorsos rebenta na minha cabeça,
Serias capaz de mentir, salvar-me da perdição? Por mim?
Ou por nós?

E agora que fizeste tudo isso e eu te deixei ir,
Eu volto ao deserto de emoções que antes fui,
E sim, agora chora por mim, pois eu não sei fazê-lo,
sem remorsos, foi a mim que matei,
Chora e mente por mim… Dá-me simpatia… dá-me calor,
pois eu não sei dar, nada tenho para dar.

Foto:
http://www.olhares.com/Maddie

20 maio 2008

Teste 1



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